sábado, 28 de maio de 2011

Resenha: A Menina Que Roubava Livros - Markus Zusak

Bom, já comecei a ler esse livro DUAS vezes sem terminá-lo. A primeira faz uns 4 ou 5 anos, no colégio eu o peguei emprestado com uma amiga, mas não me lembro exatamente o motivo mas não pude terminar de lê-lo, não cheguei a passar da pagina 80 do livro (q vergonhaa! =P). Ate que eu o comprei ano passado, comecei a le-lo novamente e parei, para ler outro livro que eu estava mais ansiosa para ler. Este, ficou então escondido na minha estante ate que eu o vi por lá e resolvi ler de novo e dessa vez eu prometi a mim mesma que o terminaria, ainda porque várias pessoas ao meu redor já havia me falado que o livro é ótimo e lindo. 

ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS

QUANDO A MORTE CONTA UMA HISTÓRIA, VOCÊ DEVE PARAR PARA LER.

A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943.

Alemanha Nazista. Os judeus e os comunistas são perseguidos pelos alemães, muitos fogem para a Russia e outros países, ou se escondem no próprio país.
1939.
Liesel, com nove anos se encontra com a mãe e o irmãozinho Werner de seis anos no vagão de um trem indo para Molching mas durante o trajeto Liesel percebe que o pequeno irmão nao mais respira e tem os olhos fixos. Nao resistiu a viajem. O pequeno é enterrado em uma cidade desconhecida no caminho para Molching. Durante o enterro, um jovem aprendiz de coveiro deixa, sem perceber, um livro de capa preta e letras douradas cair na neve. Liesel passando pelo local, ao ver o objeto caído ao chão o pega para si, o que é o início de uma vida de roubos, o primeiro de muitos livros e o começo de uma paixão pelas palavras....

"Quando viesse a escrever sua história, ela se perguntaria exatamente quando os livros e as palavras haviam começado a significar não apenas alguma coisa, mas tudo..." Pág. 24

A mãe, comunista, por ser perseguida pelos nazista estava mandando as crianças para um lar adotivo em Molching, para uma família disposta a cria-los por um pequena pensao. Como o garoto nao sobreviveu Liesel segue sozinha para a sua nova vida. Ao chegar na Rua Himmel, numero 33, Liesel nao consegue se sentir em casa e ainda sente falta da mãe e de Werner. O único consolo que encontra vem do pai adotivo, Hans Hubberman, um pintor decadente e sem emprego, mas que possui um grande coração e muito amor e carinho para dar, além de um talento raro e incrível para tocar Acordeão. É com ele que Liesel aprender a ler e escrever, e passa a amá-lo como se fosse seu pai de verdade. Rosa Hubberman, a mamãe adotiva, apesar de durona, extremamente assustadora e uma boca de onde só sai palavrões, ao longo da convivencia se mostra as vezes carinhosa e realmente nutre um amor pela jovem. Hans e Rosa ja tem dois filhos criados, Hans Junior que faz parte do exército e Truddy, ambos adultos e que moram em outra cidade. Os dois tem pouca participação na historia, mas é importante que sejam citados. 


"- Até logo, Saumensch - e riu. - Boa noite, roubadora de livros.
Era a primeira vez que Liesel se via marcada por seu título, e nao pode esconder que isso lhe agradou muito. Como nós dois sabemos, ela ja tinha furtado livros, mas, no fim de outubro de 1941, a coisa se tornou oficial. Nessa noite, Liesel Meminger transformou-se verdadeiramente na menina que roubava livros." Pág. 211

Nos primeiros dias em seu novo lar, Liesel conhece Rudy Steiner, vizinho dos Hubberma, e a amizade e cumplicidade logo se tornam obvias. Rudy tambem se transforma em seu parceiro nos roubos e seu amigo mais verdadeiro, e no fundo ambos nutrem um sentimento inocente mas apaixonado. Juntos se metem em encrencas e passam momentos bons e ruins.
"- Que tal um beijo, Saumensch?
Ficou parado mais alguns instanstes, com água pela cintura, antes de sair do rio e lhe entregar o livro. Tinha as calças grudadas no corpo e nao parou de andar. Na verdade, acho que ele sentiu medo. Rudy Steiner ficou com medo do beijo da menina que roubava livros. Devia ter ansiado muito por ele. Devia amá-la com uma intensidade incrível. Tanto que nunca mais tornaria a lhe pedir seus lábios, e iria para sua sepultura sem eles". Pág. 219


"Em novembro de 1940, quando Max Vandenburg chegou à cozinha da Rua Himmel, número 33, tinha vinte e  quatro anos. Sua roupa parecia vergá-lo com o peso e seu cansaço era tamanho, que uma coceira poderia parti-lo ao meio. Ele parou no vão da porta, trêmulo e abalado.
- O senhor ainda toca acordeão?
É claro que a pergunta, na verdade, era: O senhor ainda está disposto a me ajudar?" Pág. 131


Max vandenburg é um jovem judeu que há um tempo vem se escondendo dos alemães. Quando seus recursos e chances se esgotam ele vai a procura de Hans Hubberman, um antigo amigo de seu pai. Ao voltar da guerra vivo graças ao amigo, Hans vai ate a casa da viuva de seu falecido amigo que nao sobrevive a um ataque, e faz uma promessa. De que qualquer coisa que ela precisar pode contar com ele. 
- O senhor é um homem que goste de cumprir promessas?
Hans acolhe o jovem e o esconde em seu porão, sem que ninguem da vizinhança saiba, somente Liesel e Rosa. 


"Quando Liesel voltou a falar, as perguntas lhe saíram da boca aos tropeços. Em seus olhos, lutavam por espaço as lágrimas quentes que ela nao deixava sair. Era melhor manter-se resoluta e orgulhosa. As palavras que cuidassem de tudo.
- "É você mesmo?, perguntou ao rapaz" - disse Liesel. - "Será que foi do seu rosto que tirei a semente?" Pág. 358


Como o tempo Max se torna parte da família, e ele e Lisel descobrem mais coisas em comum do que imaginavam. A jovem passa mais tempo em casa, no porão com Max, ele escrevendo em seu misterioso livro, ela lendo silenciosamente do outro lado algum dos seus preciosos livros. Liesel passa a ter o habito de sempre procurar algum jornal nas lixeiras para levar para Max e melhor ainda quando as palavras cruzadas estao em branco, alem de muitas vezes descrever o tempo e a paisagem lá fora, já que ele nao pode se dar ao luxo de sair do porão.


"- Hoje o céu está fosco, Max. 
As nuvens estão muito foscas e tristes, e... - 
Desviou os olhos e cruzou os braços. 
Pensou no pai, indo para a guerra, e puxou
o casaco dos dois lados do corpo.
- E está frio, Max. Faz muito frio..." Pág 298

Mas a Guerra está para explodir ainda mais na Alemanha e ninguém está seguro.

UMA TRISTE ESPERANÇINHA
Ninguém queria bombardear
a Rua Himmel.
Ninguém bombardearia um lugar
que tinha o nome do Céu, não é?
Será que bombardearia? Pág. 349

Com uma narrativa cativante e surpreendente, Markus Zusak arrebata milhares de fãs com A Menina Que Roubava Livros. A morte, a narradora, deixa claro que tambem tem coração e principalmente que os humanos a assombram, expoe os fatos antecipadamente dando uma prévia do que vai acontecer,o que é bom pois nos deixa mais curiosos para chegar ate esse fato mais pra frente no livro. 

Sem dúvida nenhuma, esse foi o melhor livro que ja li. Alem de me emocionar, e por mais que seja uma ficçao, se trata de um época importante na história mundial. Uma mancha na humanidade, do que um ser humano é capaz de fazer por causa da intolerancia. O que uma determinada pessoa é capaz de fazer em nome da sobrevivencias e suas consequencias. É um livro tocante e muito curioso, a forma como é narrado atraves de uma personagem instigante que é a morte chama mais atençao ainda para a historia. 
 Acho que toda e qualquer pessoa deveria le-lo e apreciar os valores contidos nele, nao valores como a disseminação de um ideal de superioridade, mas sim valores como o de ajudar ao próximoSuper recomendo, e acho que nunca li nenhum livro que se comparasse com esse, chorei muito é claro pois sou uma manteiga derretida rsrsrs.

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